Indústria 4.0 – Estamos prontos?

Indústria 4.0 – Estamos prontos?

nov/2019

A era digital acelera a inovação em todo o mundo. O Brasil acompanha essa tendência, mas a passos mais lentos.

Em alguns países como Estados Unidos e Alemanha, as decisões no chão de fábrica já são tomadas pelas próprias máquinas, a partir de informações fornecidas em tempo real. A quarta revolução industrial já começou e empresas de todo o mundo correm contra o tempo para entrar na era da chamada indústria 4.0.

Conceitos como o de internet das coisas (ioT), aliada à automatização industrial gera inteligência de produção e consequentemente abre um enorme leque de possibilidades para diversos segmentos, proporcionando maior agilidade dos processos, mais capacidade produtiva, maior assertividade e, na ponta de tudo isso, maior qualidade do produto acabado.

Por aqui, no Brasil, também estamos nesse movimento. Muitas indústrias brasileiras já automatizaram seus processos, mas ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançarmos a manufatura digital. Pode-se dizer que a indústria 4.0 abrange duas vertentes: processos integrados para uma produção customizada e produtos inovadores. Analisando nosso dia a dia, percebemos que o Brasil ainda precisa acelerar o processo nesses dois sentidos.

Em algumas empresas nacionais ou multinacionais com produção local, todos os projetos estão automatizados. Os produtos são simulados em ambiente 3D, o que acelera o processo, garante flexibilidade, otimiza o tempo de produção e ainda abre postos de trabalho altamente qualificados. A Volkswagen Brasil, por exemplo, tem investido em software, hardware e treinamento para que os funcionários passem a atuar de acordo com o modelo indústria 4.0. Algumas novas iniciativas nas fábricas brasileiras já permitiram uma economia, para a empresa, de 93 milhões de reais em dois anos, segundo declarações da VW. Ainda, de acordo com a empresa, as simulações da “Fabrica Digital” permitem a identificação de futuras interferências na produção, possibilitando a otimização do fluxo produtivo que resulta na diminuição dos custos de fabricação.

“A indústria 4.0 cria uma produção em rede mais precisa, de custo reduzidos, e permite personalizações em massa com velocidade”, afirma Ricardo Alonso, gerente da Flowtrack

Essa já é a realidade em muitas empresas em países como Alemanha e Estados Unidos, porque existem grandes projetos e iniciativas com participação do governo e da iniciativa privada. Nos Estados Unidos, foi criada a organização sem fins lucrativos Smart Manufacturing Leadership Coalition (coalização para a liderança em indústria inteligente, em tradução livre) para mostrar, com a ajuda de pesquisas, os benefícios da manufatura avançada e facilitar sua adoção.

Investir em inovação e em educação é uma das principais formas de acelerar o cenário brasileiro, até mesmo para aumentar a compreensão do que é digitalização. Já existem instituições, empresas e universidades trabalhando em torno da indústria 4.0.

“Uma parceria entre o Senai SC e a Fundação Certi, resultou na criação da Labfaber, um projeto de desenvolvimento e implantação de uma de plataforma de referência tecnológica para experimentação, disseminação e capacitação em Industria 4.0”, comenta Roberto Siqueira.

A Flowtrack participou deste projeto com o desenvolvimento e fornecimento da linha de produção inteligente, cujo o conceito poderá ser simulado em um ambiente de produção real e aplicado com maior confiabilidade nas necessidades de cada empresa.